quarta-feira, 24 de julho de 2013

Essa pequena.


"Meu tempo é curto, o tempo dela sobra
 Meu cabelo é cinza, o dela é cor de abóbora
 Temo que não dure muito a nossa novela, mas
 Eu sou tão feliz com ela

 Meu dia voa e ela não acorda
 Vou até a esquina, ela quer ir para a Flórida
 Acho que nem sei direito o que é que ela fala, mas
 Não canso de contemplá-la

 Feito avarento, conto os meus minutos
 Cada segundo que se esvai
 Cuidando dela, que anda noutro mundo
 Ela que esbanja suas horas ao vento, ai

 Às vezes ela pinta a boca e sai
 Fique à vontade, eu digo, take your time
 Sinto que ainda vou penar com essa pequena, mas
 O blues já valeu a pena"



Nao tenho uma explicação logica do porque gosto dessa musica, talvez seja so pelo fato do Chico despeja-la delicadamente aos meus ouvidos num ritimo mega delicioso... Só por isso tudo!

Assim.


   Assumidamente não mais tão simples quando achava, não mais cheia de adjetivos pesados de uma pessoa que se julgava sem sentimento doceis ou que pelo menos externava não possui-los. Alguem mais ou menos assim, de uma densidade que se desmancha aos olhos, que se arrepia á pele, que se sente como uma boa fragrância pela manha.
   Um ser que duvidava de sua sensibilidade, que só a mostrava através de sua arte de luz e que hoje derrete aos poros. Uma força incrivelmente canalizada que se desperdiçava em ataque fúteis e em lutas perdidas por pessoas afundadas numa lama que quase me perdi. Fui salva, achada, descoberta por um anjo negro que me salvou de mim, com todo o drama que nunca perderei, mas que é agora devidamente lubrificado de sorrisos e lagrimas alegres.
   Nunca largarei meu drama, é parte do meu sangue esse teatro latino shakespeariano, essa dor que nunca sessa, essa alegria que nunca cabe, esses sentimentos extremos incognitamente controlados pela delicadeza de um ser antes desconhecido habitado logo ali, no meu coração.